HOMENS DE
PRETO
Ao
assistir, pela televisão, os atos finais do julgamento dos réus do Mensalão, no
Supremo Tribunal Federal, sinto tristeza, ao ver “Homens Togados”, ocupando a
mais alta corte do país, lavando a vaidade impregnada na roupagem humana, sem nenhum
pudor.
Grande
Show de arrogância, sem nenhuma leveza!
Levado ao
ar, via satélite, canal aberto e sem pagar,
Parece
mais um reality show, muita troca de
insultos,
Vence
quem xinga, mais grosso e bem alto,
Para ser
ouvido por todos em todo o Planalto...
Causa-me
espécie, e com os meus botões fico a pensar,
Se os “
Homens de Preto”, excelências togadas,
Suas
mazelas e arrogâncias não conseguem disfarçar,
Envergonham
sim, a classe a que pertencem,
Exibindo-as,
ao vivo e a cores, em pleno ar...
Não faço
apologia às falcatruas ou ao mal proceder,
Mas pelo
pouco conhecimento que tenho das leis,
Nenhum
réu deve ser condenado sem prova,
Quem
condena por se achar “dono da verdade”,
Terá, por
certo, um dia, diante de outro “Supremo”,
A mesma
dosimetria, aplicada em seus julgados...
Homens
que apropriam dos “Códigos da Lei”
Devem
usá-los e aplicá-los, com justiça e respeito,
Com
serenidade, muita humildade e sabedoria,
Pois
aquele que, como réu, um dia está sendo julgado,
Não ocupa
cadeira cativa, muito pelo contrário...
Infelizes
são as criaturas que caem nos abismos da vida,
Que
falham diante da família, dos amigos, da sociedade,
As
ilusões do sucesso, o ilusório pertencimento do poder,
São
testes que se apresentam a qualquer mortal ser...
É bom
lembrar que um dia é da caça e o outro do caçador,
Hoje,
muitos sorvem a taça transbordante de amargura e fel,
Outros,
mal conseguem disfarçar seus sentimentos de vingança,
Para aqueles
também estarão reservadas suas primorosas cotas...
Por
favor, senhores de mil e tantos anéis!
Tenham o
devido respeito e o conhecimento da Magna Carta,
Se a
“Teoria do domínio dos fatos” ainda não sabem aplicar,
Lembrem o
que diz a lei: Se não tem prova, não se condena,
Excelências,
data vênia, então por que condenar?
Excelências,
peço o devido respeito aos familiares e aos amigos,
Companheiros
de ideal e de luta por um Brasil melhor,
Se
quiserem desempenhar com louvor o cargo que hora ocupam,
Retirem a
toga da vaidade e vistam a túnica da humildade,
Despindo
de suas personalidades a impregnada arrogância,
Desnudando
suas almas para que todos as vejam à luz da verdade...
Heloisa H.
Silveira, poeta sonhadora.