Oh! Pequeno riacho,
Deita suas águas no mar profundo,
Carregando as mágoas inoportunas
Deixadas pelos seres do mundo...
Vai, meu pequeno riacho,
Libere suas impurezas lamuriosas,
A ofuscar a sua beleza e mansuetude,
Para livre e cristalino passar...
Acolha em seu leito amigo
As folhas caídas ao vento,
Mas não corra tanto
Para não perder o doce encanto...
E, se por ventura, intempéries encontrar,
Na sua longa e certa trajetória,
Não transborde em suas emoções
Rumo ao profundo distante mar...
Mas, quando lá finalmente chegar,
Lembre-se do peregrino do caminho,
Que às margens tortuosas te contemplou,
Ou em teus braços amorosos se jogou...
Não deixe fenecer a esperança,
De sentir o orvalho da noite,
Se aquecer com o sol das manhãs,
Se extasiar com pássaros a cantar...
A suavidade da sua jornada,
Ensina-me a ser mais prudente,
No pensar, no falar e no agir,
Diante das surpresas do porvir...
Direitos autorais reservados.
Heloisa Helena Silveira, poeta
Brasília 14/02/2014