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segunda-feira, 28 de março de 2016


SONHOS DE SONHOS

Sonhei, sim, sonhei...
Que eu era uma pianista,
E com alma de artista
Tocava doces melodias
A todos que podiam ouvir...

Sonhei, sonhei e sonhei
Que era um alquimista,
Que em tudo que tocava,
Vida passava a existir...

Passei pelo Jardim da esperança,
Era só tristeza e desilusão,
E como num toque de magia,
Tudo se transformou...

A semente quase sem vida,
Na terra molhada pelo orvalho
Criou raízes e cresceu...
O botão de roa lilás
Que fechado estava,
Assim que viu a luz radiante
Em   pétalas se desabrochou...

Onde estavam os pássaros?
Comecei a indagar,
Não ouvia deles um só cantar,
O que teria acontecido,
Emudecidos jamais poderiam ficar...
Chamei pelo bem-te-vi,
E assim lhe pedi:
Cante o seu suave canto,
Porque a vida não é bela sem te ouvir...

Em seguida veio o rouxinol,
E sua melodia enteou,
Também chegou o beija-flor,
Inebriante com suas cores,
Um ósculo em meus lábios deixou...

Sonhei, sim, sonhei
Que as noites sombrias se
Transformavam num belo dia,
E a tristeza que em corações estavam
Tornavam-se em alegria...

Sim, sonhei, sonhei
Que a fome do mundo
Não mais iria existir,
Nem mais guerras ou soberanias
E que toda criança deveria sorrir...

Sonhei, sim, sonhei,
Que não mais haveria tristeza
Que toda lágrima se transformaria
Em botões em flor...

Sonhei, sonhei e sonhei,
Onde haveria trevas só haveria a luz
Onde houvesse a desilusão,
Nasceria a verdadeiro amor...

Sonhei e sonhei o sonho,
Que a última lágrima que hei de derramar
Se tornará numa estrela e no céu bela irá brilhar.


 Heloisa Helena Silveira, poetisa
Direitos Reservados

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